Esta foto é de um cartão postal que me foi enviado pelo meu grande amigo Niltair Flores, em 23 de janeiro de 1.992, quando trabalhávamos em Brasilia, DF.
Mais abaixo encontraremos uma música (CANTO ALEGRETENSE), composta em homenagem àquele “pago”, mais fotos da cidade e algumas características.
Alegrete (Rio Grande do Sul)
Alegrete se localiza no oeste do estado, a 506 quilômetros de distância da capital Porto Alegre.
Possui uma população de 78 768 habitantes, de acordo com estimativas de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior município da Região Sul do Brasil e o 186º maior município do Brasil em área territorial, com mais de 7.800 quilômetros quadrados.
História
As origens do município de Alegrete datam do início do século XIX quando, na Guerra de 1801, os aventureiros José Francisco Borges do Canto e Manuel dos Santos Pedroso, ambos riograndenses, conquistaram para a coroa portuguesa o território das missões jesuíticas ao norte do Rio Ibicuí.
Para assegurar essa conquista o governo português lançou, ao sul do mesmo rio, a Guarda Portuguesa do Rio Inhanduí em torno da qual forma-se a povoação (“Povoado dos Aparecidos”). A religiosidade ergueu uma capela sob o orago de Nossa Senhora Aparecida, em 1814.
As contínuas lutas de fronteira, agora entre o Reino de Portugal e os dissidentes ao recém constituído governo das Províncias Unidas do Rio da Prata, provocou o ataque dos uruguaios de D. José Artigas e a queima da povoação e da capela (hoje “Capela Queimada”) em 16 de junho de 1816.
Isso causou a transferência dos seus povoadores para a margem esquerda do Rio Ibirapuitã, que ali foram chegando até 22 de dezembro de 1816. Eles abrigaram-se junto ao acampamento do Quartel General do Marquês de Alegrete, que ao lado do general Joaquim Xavier Curado, do tenente-coronel José de Abreu (futuro Barão de Cerro Largo) e do general Tomás da Costa Rabelo e Silva, ali estava com suas fete (em homenagem ao Marquês)
Em 26 de dezembro de 1816 foi realizado o primeiro batismo católico romano no local, da menina Zeferina pelo capelão da Legião do Exército, o Padre José de Freitas.
Em 27 de janeiro de 1817, o Comandante do Distrito de Entre Rios, o Tenente Coronel José de Abreu manda iniciar a construção das moradias para os fugitivos do Inhanduí. Quando José de Abreu recebeu as ordens do Marquês para erguimento da povoação, ele já havia determinado o local e iniciado realmente o povoamento, com a construção das primeiras habitações, ali, na retaguarda das tropas, nos fundos do acampamento do Ibirapuitã.
Antônio José Vargas, senhor da sesmaria, foi o doador das terras onde está a cidade. Mas D. Luís Teles da Silva Caminha e Meneses – quinto Marquês de Alegrete – na qualidade de comandante militar, foi o fundador legal de Alegrete,
que dele tomou o nome, porque, por sua autoridade, foi estabelecida e legalmente reconhecida, já que era o representante de D. João VI, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Em 1820, é elevada à Capela Curada, com poderes eclesiásticos nos territórios que abrangem os atuais municípios de Uruguaiana, Quaraí, Livramento, Rosário do Sul e o atual Departamento de Artigas, na República Oriental do Uruguay , até o rio Arapey, vinculada a São Borja e por sua vez a Rio Pardo.
Mais tarde, pelo ponto estratégico do novo local, por onde escoavam os produtos primários em direção aos portos de Buenos Aires e Montevidéu, o lugarejo prosperou rapidamente e elevou-se a categoria de vila através do decreto provincial de 25 de outubro de 1831, demarcando assim seus limites e ganhando autonomia política. Durante a Revolução Farroupilha, iniciada em 1835, Alegrete tornou-se a terceira capital da República Rio-Grandense (1842-1845). Nela, em 1843, foi concluída e aprovada a Constituição da República Rio-Grandense.
Entre batalhas e campanhas, por bravura, determinação e desenvolvimento, a vila de Alegrete foi elevada à categoria de cidade em 22 de janeiro de 1857.
No processo de criação dos municípios do Rio Grande do Sul, Alegrete ocupa o oitavo lugar, desmembrado do município de Cachoeira do Sul que, por sua vez, originou-se do município de Rio Pardo, em 1819. Do grande município de Alegrete surgiram os municípios de Uruguaiana, Livramento, Departamento de Artigas (no Uruguai), Quaraí, parte de Rosário do Sul, parte de Bagé e parte de Manuel Viana.
Todos os anos, dia 20 de setembro, comemora revolução Farroupilha ou o Dia do Gaúcho, e cerca de oito mil “cavalarianos” – de todas as idades, classes sociais e sexo – desfilam pelas principais ruas da cidade, com suas roupas típicas e suas montarias.
A padroeira da cidade festeja-se a 8 de dezembro (Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida).
Geografia
A cidade localiza-se a uma latitude de 29º47’01,63″ sul e a uma longitude de 55º47’27,54″ oeste – coordenadas do centro da praça Getúlio Vargas, estando a uma altitude média de 102 metros.
A paisagem caracteriza-se como estepe gramíneo-lenhosa (campo nativo) e floresta estacional decidual aluvial (mata ciliar). A fisionomia é de extensas planícies de campo limpo com algumas ondulações e raros morros residuais de arenito silicificado.
O município está totalmente sobre o Aquífero Guarani e seu lençol freático apresenta água levemente alcalina, utilizável sem restrições para o uso humano e para a irrigação, apresentando poços com profundidade média de 120 metros e vazão média de 110m³/h.
Sendo uma área de delicado ecossistema, a superexploração agrícola e a pecuária extensiva fazem crescer o já chamado “deserto dos pampas” ou “Deserto do São João”: uma área de mais de 200 ha na região do mesmo nome, que sofre com o fenômeno gradativo da arenização.
Sua população estimada em 2009 era de 78.984 habitantes, sendo 50,29% feminina e 49,71% masculina. Sua etnia foi originada por grupo nômades indígenas e posteriormente os elementos colonizadores foram os espanhóis, portugueses e africanos. As correntes migratórias modernas são representadas por italianos, alemães, espanhóis, franceses, árabes e poloneses.
Possui uma área de 7.804 km², sendo o maior município do Rio Grande do Sul em extensão territorial.
Seus distritos administrativos são:
1º Distrito Alegrete 108 Km²
2º Sub-distrito Itapororó 948 Km²
3º Sub-distrito Durasnal 796 Km²
4º Sub-distrito Vasco Alves 826 Km²
5º Sub-distrito Inhanduí 1.541 Km²
6º Sub-distrito Catimbau 733 Km²
7º Sub-distrito Guassu Boi 958 Km²
8º Sub-distrito São Miguel 1.010 Km²
2º Distrito Passo Novo 1.016 Km²
Educação
Para o ensino de 1° e 2° graus a cidade conta com 32 escolas municipais, 47 escolas estaduais, duas federais, e seis privadas. A maior é o Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus Oswaldo Aranha (IEEOA), a segunda é o Colégio Estadual de 1º e 2º Graus Emilio Zuñeda e a terceira é Escola Estadual de Ensino Médio Demétrio Ribeiro.
Na rede de ensino, em 2003, havia um total de 23.395 alunos, sendo 2.000 no infantil, 13.913 no fundamental, 4.070 no médio, 213 na educação especial e 3.199 na educação de jovens e adultos (EJA).
O corpo docente (também em 2003) era composto de 1.149 professores, sendo de 877 no ensino fundamental e 262 no ensino médio.
A taxa de analfabetos (2003) era de 7,7 %, num total de 4.721 habitantes.
Há 3 museus: do Gaúcho e Arquivo Municipal “Miguel Jacques Trindade”; o Arqueológico e Artes “Dr. José Pinto de Medeiros” (MAARA) e o Histórico “Oswaldo Aranha”; e o CEPAL – Centro de Pesquisas e Documentação de Alegrete.
Tem várias bibliotecas, sendo as maiores a do IEEOA (Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus “Oswaldo Aranha”), a do Centro Cultural “Adão Ortiz Houayek” e a da URCAMP.
Há várias extensões ou “campi” de várias universidades gaúchas: UERGS (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), URCAMP (Universidade da Região da Campanha) e UNIPAMPA (Universidade Federal do Pampa), além do IFF (Instituto Federal Farroupilha que agregou a EAFA (Escola Agrotécnica Federal de Alegrete) e ainda a UNOPAR (Universidade Norte do Paraná) como um dos pólos de educação à distância na fronteira oeste.
Economia
Sua economia é baseada principalmente na agricultura (arroz – 45.000 ha; soja – 16.000 ha; milho – 11.000 ha; sorgo – 3.000 ha e trigo – 1.500 ha) e na pecuária bovina (536.536 cabeças – o maior rebanho do Estado); ovina (423.446 cabeças); equina (± 20.000 cabeças); suína (± 9.000 cabeças) e bubalina (± 2.000 cabeças). A produção de lã é de cerca de 900 toneladas anuais e de leite é de 15.269 litros.
Há também cerca de 90.000 galináceos (sendo ± 40.000 galinhas) com uma produção anual de ± 450.000 dúzias de ovos.
A apicultura produz anualmente cerca de oitenta mil litros de mel.
Energia elétrica:
Consumidores: 23.248
Consumo: 16 MW
Pontos de iluminação pública: 95% da Cidade
Água e esgoto:
Total de economias: 18.053
Total de ligações de água: 15.339
Comunicação
Jornais
Gazeta de Alegrete – o mais antigo do Estado do Rio Grande do Sul, fundado em 1882
Diário de Alegrete
Jornal Em Questão
Jornal Expresso Minuano
Emissoras de Rádio
Rádio Sentinela – FM 104,9 Mhz (Comunitária)
Rádio Minuano FM – FM 97,5 Mhz
Rádio Nativa FM – FM 105,9 Mhz
Rádio Alegrete – AM 590 Khz
Rádio Gazeta – AM 1370 Khz
Rádio Universitária – Web Rádio
Usina Termoelétrica Osvaldo Aranha
Inaugurada em 17 de setembro de 1968 pelo então Presidente Militar, o General Artur da Costa e Silva, noticiada com grande notoriedade pelo Jornal Tribuna da Imprensa que relatou a época da vital importância da fundação dessa usina que resolveria o problema energético de 14 cidades do interior gaúcho. Atualmente a Usina está sob a responsabilidade da Tractebel Energia e funciona ocasionalmente com modernas instalações junto ao Rio Ibirapuitã.
Prefeitos
1968 – Arnaldo da Costa Paz (MDB)
1973 – Adão Ortiz Houayek (MDB)
1977 – José Rubens Pillar (ARENA)
1983 – Adão Conceição Dornelles Faraco (PMDB)
1989 – José Rubens Pillar (PDS)
1993 – Nilo Soares Gonçalves (PMDB) com 22.621 votos
1997 – José Carlos de Moura Jardim Filho (PPB) com 17.907 votos
2001 – José Rubens Pillar (PPB) eleito com 16.255 votos
2005 – José Rubens Pillar (PP) eleito com 16.574 votos
2008 – Erasmo Guterres Silva (PMDB) com 16.176 votos
2012 – Erasmo Guterres Silva (PMDB) com 23.075 votos
Alegretenses ilustres
Mário Quintana – um dos maiores poetas brasileiros
Osvaldo Aranha – político, diplomata, estadista
João Saldanha – jornalista esportivo e treinador do Botafogo de Futebol e Regatas e da Seleção Brasileira de Futebol
Paulo César Pereio – ator
Demétrio Ribeiro – engenheiro, político e jornalista
Franklin Gomes Souto – advogado e abolicionista
Celestino Valenzuela – ex-narrador esportivo
Antônio Augusto Fagundes – historiador e apresentador do Galpão Crioulo na RBS TV
Clóvis Monteiro – radialista
Walmor Chagas – ator
Neto Fagundes – radialista, cantor, compositor, comunicador e defensor das tradições gaúchas
Sergio Faraco – Escritor
Fonte do texto: Wikipedia
CURITIBA-PR, 20-06-16.
Caro amigo Taumaturgo,
Agradeço pela alta consideração do amigo, que resgata agora de seus arquivos pessoais o postal que lhe remeti desde o Alegrete em 1992. É para mim um grande privilégio saber que as amizades não se perdem ao longo do tempo e nem na distância. Parabéns pelo empreendimento nesta página. Um grande abraço,
Niltair Flores
Niltair, jamais vou esquecer amizades como a sua e esse cartão vai me acompanhar até o fim dos meus dias. Fico feliz que você gostou. Quando quiser ver outros assuntos, fique à vontade. Abraços.
Taumaturgo